Veja abaixo 7 mitos sobre o Botox
1. O Botox pode causar botulismo no ser humano
Fui professor de Microbiologia na Fundação Federal de Ciências Médicas de Porto Alegre. A disciplina sempre orientou os alunos sobre o quanto a toxina botulínica é tóxica e uma forma muito perigosa de envenenamento encontrada em alimentos. Mas a proteína derivada a partir dela é purificada e extremamente segura de ser usada no ser humano. Ela apenas dirige os seus efeitos para a área onde ela foi injetada.
O Botox é tão seguro, que alguns analgésicos e antibióticos podem ser mais danosos para o organismo do que ela. Até hoje, pós a aplicação de dezenas de milhões de doses, a droga se mantém livre dessa afirmação.
2. O Botox é viciante
Parece
óbvio que uma droga que não atua sobre o sistema nervoso central não tem
condições de fazer com que o ser humano fique psicologicamente dependente. Mas
esse boato já teve seu momento de glória.
É claro que
com os efeitos de rejuvenescimento, em que a pele fica praticamente sem rugas e
a aparência suavizada faz com que a pessoa tenha a tendência de reaplicá-lo a
cada 3 a 6 meses. Mas isso não tem qualquer relação com “ser viciado” e sim com
a melhora da autoestima e da aceitação social que os efeitos da aplicação
proporcionam.
3. O Botox deixa o rosto com aspecto “plastificado”
Muitas
vezes ouvimos relatos de pacientes dizendo que certo artista ou amigo está com
aspecto “plastificado” pela aplicação do Botox. Com isso querem dizer que a
pessoa ficou sem expressão ou com uma expressão “artificial”. Na realidade,
quando se faz uma avaliação para a aplicação do Botox, um dos principais
cuidados que se deve ter é o de determinar quais os grupos musculares que devem
ser tratados, para que se obtenha o resultado desejado.
Muitas
vezes atribui-se como se fosse do Botox, resultados de cirurgias ou de
aplicação de outras substâncias.
4. O Botox é para pessoas acima dos 45 anos
A verdade é
que o Botox pode ser aplicado em qualquer pessoa acima dos 18 anos, que tenha
alterações na pele que possam ser corrigidas através desse procedimento. Já,
muitas mulheres de meia idade não têm necessidade do uso da toxina botulínica.
Várias
pessoas mais jovens trazem como herança genética, a presença de linhas na
testa, deixando-as com a aparência dura e percepção de zangadas, que são
transformadas num rosto harmônico e sereno, com o uso da toxina.
5. A aplicação de Botox é simples e qualquer um faz
A aplicação
de Botox exige noção de simetria e harmonia facial, além de conhecimento da
anatomia, ou seja, o médico dermatologista deve conhecer o mais acuradamente
possível a localização e função da musculatura, dos nervos e dos vasos
sanguíneos. A conservação dos frascos da substância deve ser cuidadosa,
respeitando as orientações da empresa que fabrica o produto e dos órgãos
fiscalizadores. Não se admite práticas irresponsáveis, como a aplicação feita
por pessoas não habilitadas, como as chamadas “festas do Botox” ou, acreditem,
em salões de beleza.
6. A aplicação do Botox é muito dolorida
Na
realidade, o procedimento é rápido e gera muito pouco desconforto. No máximo
utiliza-se anestésico local e/ou gelo, que reduzem ainda mais qualquer
incômodo. A aplicação é feita através de seringas usadas para a aplicação de
insulina em crianças.
7. O Botox é o mesmo que preenchimento cutâneo
O Botox é
uma substância líquida aplicada diretamente sobre a musculatura que se deseja
tratar. O preenchimento cutâneo é feito através da aplicação de um gel nos
sulcos para suavizar o seu relevo, ou áreas onde se deseja um aumento de
volume, como lábios. Podem ser usados em conjunto, com o mesmo objetivo final,
corrigir alterações na simetria e harmonia facial.
Durante
esses muitos anos em que o Botox é utilizado, a cada dia surgem novas
aplicações que surpreendem positivamente a nós, médicos. E muitas delas nem têm
relação com a Dermatologia Estética, mas correção de sérios problemas, como
estrabismo, o torcicolo congênito e a hiperhidrose, como exemplos.
Esperamos
ter atingido nosso objetivo de demonstrar que todos esses itens são
equivocados. Estamos à disposição para esclarecimentos.
Agradecemos
ao Dr. Jeffrey Spiegel, médico americano, pela inspiração e orientação.
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